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  • Dragão Vermelho: Um caso de Psicose e Paranoia

    Este artigo trás suposições e hipóteses sobre Francis Dolarhyde, a intenção não é diagnosticá-lo, para isso, é preciso escutá-lo na íntegra. A intenção é buscar as raízes de como isso se construiu. Trago alguns termos e conceitos (fácil leitura e entendimento) para pensarmos que por trás dessa obscuridade existe sofrimento. A análise psicológica está totalmente focada em Dolarhyde (Dragão vermelho). Dragão Vermelho (Red Dragon) é um filme lançado em 2002, baseado no livro de mesmo nome de Thomas Harris. Faz parte da série de filmes sobre o canibal Dr. Hannibal Lecter. Will Graham é ex-agente do FBI que por pouco não foi morto por Lecter ao tentar capturá-lo. Graham recorre à ajuda de Lecter, que está preso, para capturar o assassino em série Francis Dolarhyde. O único problema é que Lecter auxilia o policial na investigação, mas também repassa ao assassino informações sobre a família do mesmo. Dolarhyde conhecido pelo apelido o “Fada dos dentes” é a figura principal da trama, um rapaz inseguro, tímido, mora sozinho e mostra problemas de autoimagem tanto por causa de sua aparência (cicatriz na boca), quanto pelo tratamento que recebia de sua avó. Se intitulava como Dragão Vermelho, cometia crimes em busca de reconhecimento e admiração. Trabalhava numa produtora de filmes onde escolhia suas vítimas ao assistir fitas de vídeo de famílias em momentos felizes. Estudava os vídeos para decidir a melhor forma de cometer os homicídios. Seus crimes tinham as seguintes características: após matar as vítimas retirava os olhos e os substituíam por pedaços de espelho quebrado. A mulher era atacada e tinha seu corpo marcado por mordidas. Ele era bastante criterioso na escolha das vítimas, as mortes aconteciam de forma organizada e planejada. O Dragão Vermelho seria um caso de psicose e paranoia? É possível pensarmos que a psicose pode ser identificada na primeira fase do desenvolvimento, na qual pode ter acontecido privações significativas ao sujeito. Esta fase corresponde ao distanciamento entre o bebê e sua mãe. A partir da alternância da ausência e presença dessa mãe é que essa noção de separação vai sendo assimilada pelo bebê. Na psicose, essa mãe, que também teve dificuldades na passagem pelo Édipo, passa a dificultar essa separação, vê este bebê tapar a sua falta, negando assim a sua castração. Essa relação simbiótica mantém-se, por tanto, esta mãe, “psicotizante”, não investe narcisicamente no seu bebê, especialmente, para a psicanálise, o sujeito nasce daí, do desejo do Outro. O psicótico não nasce, ele permanece pueril. O que seria passar pelo Édipo? Freud enxerga essa mitologia dentro das fantasias infantis de crianças de 4 a 6 anos, a passagem seria abrir mão dessas práticas incestuosas (ter relação parcial com o corpo do outro, matar o pai, ficar com a mãe) e entrar nas normas da cultura, isto é, implica ser interditado o seu desejo (não pode tudo). Já o narcisismo é um acúmulo da libido no (eu), que impede o psicótico de algum elo com o mundo – desenvolvendo um delírio de grandeza. Lembramos que para Freud, o estado psicótico é uma defesa; é a expressão debilitada da tentativa desesperada que o (eu) faz para se resguardar, ou seja, um corpo estranho que aterroriza sua integridade. Escapar de uma ideia nada assimilável. O psicótico age de acordo com os seus impulsos, é aquele que ficou fixado na primeira etapa do desenvolvimento, em que o ego é ainda arcaico e fragmentado. Dado que o superego também não tenha se estruturado, pois para isso ele teria de passar pela lei paterna. Em relação ao ego, mesmo não estando completamente organizado, existe uma conservação das faculdades abstratas, em especial pela inteligência, qualidade presente no psicopata. Francis obviamente tem essa inteligência ligada a competência imaginativa e criativa. Seus crimes revelam a marca desse registro como a comunicação de um inconsciente a céu aberto. Claro, que sua maneira de expressar o inconsciente e de satisfazê-lo é muito primitiva. Na psicose a angústia é de fragmentação e as principais defesas são a projeção e foraclusão. A construção da imagem corporal e o sentimento de unicidade depende dessa mãe, e é por essa carência que o sofrimento do psicótico é de fragmentação. Deste modo, seu corpo não é uma unicidade, e sim pedaços sem definição. O fracasso da experiência de castração na psicose é correlativo a foraclusão do significante do Nome-do-Pai (mecanismo que rompe as amarras). Uma construção necessária teórica, mítica e que esclarece esse processo. Pois, na psicose o que é abolido na ordem simbólica no sentido da foraclusão (expulsar para fora de si), volta no real. Nesse sentido, a passagem ao ato toma uma função que não é apenas, no caso dos serial killers, a de assassinar, mas, de se fazer sujeito, é evidente que sujeito do inconsciente. De modo geral, o inconsciente é um seguimento de pensamentos, palavras e atos que nos escapam. De certo, o ser falante que somos, psicótico ou não, é um ser falado. Durante a investigação, Will (agente do FBI) encontra um símbolo na árvore da casa dos Jacobis feito pelo assassino e, com a ajuda do Dr. Lecter descobrem que esse símbolo asiático de um caractere chinês - marca o dragão vermelho. O dragão vermelho é uma produção artística que foi criado por Blake que foi contratado para criar diversas pinturas com o objetivo de ilustrar os livros da Bíblia entre 1805 e 1810. O significado e origem da pintura do dragão vermelho possuem grande importância tanto na produção da trama como na construção do protagonista. Dolarhyde coloca em pratica os dois crimes um mês depois de descobrir The Great Red Dragon and the Woman Clothed in Sun (O Grande Dragão Vermelho e a Mulher Vestida com o Sol), ele possui obsessão por essa arte, a ponto de ter a imagem tatuada nas costas, o que lhe trouxe a certeza de que poderia se transformar no dragão após assassinar suas vitimas. Apesar dos fatos apresentados no filme, a tatuagem tem para Dolarhyde um sentido muito peculiar. Ele marcou no seu corpo o dragão para tornar-se idêntico a ele, lembrando do detalhe de usar a dentadura da avó para morder as vitimas, um pedaço do que para ele representava seu ancestral. Em Lacan a linguagem é estruturante do inconsciente. Sendo que na psicose esse discurso vem sempre à tona como um imperativo, pois coloca Dolarhyde em contato com sua fragilidade e a tentativa de restituí-la. O discurso da avó toma o lugar de autoridade e ele de comandado. Ela aparenta se satisfazer quando gera esse mal-estar e, nega totalmente a possibilidade de seu neto dar conta do seu próprio prazer. Sabemos que o inconsciente é atemporal, visto por este ângulo, a fantasia que o assassino em série usa para cometer seus crimes é muito primitiva. Então, investigamos primeiro a infância dele, precisamente na relação com a avó. Conversa imaginária: Francis: Vovó, sinto muito. Avó: Oh! Francis eu nunca vi uma criança tão suja e nojenta, olha só para você, está ensopado, saia já da minha cama! Francis: Não! Avó: Volte para seu quarto! Francis: Vovó você está me machucando. Avó: Cala a boca seu animalzinho imundo! Devia ter posto você no orfanato, mesmo sendo meu neto. Francis: Não, não vovó! Avó: Para o banheiro! Tire seu pijama e se enxugue depressa... Agora me dá a tesoura da gaveta dos remédios. Francis: Não vovó, por favor!!! Avó: Pegue sua coisa suja com a mão e põe para fora. Francis: Não vovó. Avó: Você quer que eu corte ele fora? você quer? Você quer que eu corte ele fora? Dou minha palavra Francis se você molhar sua cama de novo eu corto ele fora, está entendendo? Francis: Eu vou me comportar, eu vou me comportar, eu juro. O protagonista tem lembranças auditivas de sua avó, pois ele rememora esse discurso que ficou inscrito no seu inconsciente como um traço de linguagem e, desencadeando uma paranoia. A conversa entre Francis e a avó revela que o menino sofria violência psicológica, de tal modo que sua masculinidade, foi assim, inserida de uma forma que não sobra dúvida para ele: ser homem seria muito árduo. A avó dava a entender que um homem não urina na roupa. Isso reflete na vida adulta de Dolarhyde que apresenta muita dificuldade na vida sexual e afetiva, a partir dessa experiência traumática e com essa sexualidade vista de um jeito anômalo. Importante ressaltar que a identidade sexual é construída na infância, o modo como se colocam as questões de controle dos esfíncteres e da higiene são fundamentais para tal construção. Lembrar que os cuidados maternos feito pela mãe no corpo da criança é extremamente importante para tornar esse corpo biológico em um corpo sexualizado. No caso de Dolarhyde, sem investimento de afeto, ficou com seu corpo-coisificado. Se buscarmos o olhar de Freud é possível comparar a enurese a uma sensação prazerosa, vinda da masturbação, que antecede a fase fálica (manipulação do órgão genital). É possível observar que a avó se refere ao órgão masculino como “coisa suja”, soa a ideia de que não poderia ter prazer sexual ao se masturbar, já que isso para ela parecia repugnante. Ainda nessa linha de raciocínio, outra questão muito corriqueira é o adulto dizer as crianças que urinam na cama ou se masturbam: “corto isso daí fora”. Assim, a criança se depara com a castração no real e, para ela não vai ter meio termo, o desfecho é violento: cortar fora acarreta em privá-lo da condição de portador do falo. O pequeno Francis na realidade, não teve seu pênis cortado, mas a avó aniquilou a possibilidade de ele desenvolver uma sexualidade genital, porque esta ficou foracluída. Durante o filme, não temos nada sobre como era essa construção familiar, a estrutura triangular edípica parece ser formada somente com sua avó, uma mulher que quer o falo, posto isto, o priva da figura paterna. Para o protagonista, a avó representava a lei, por isso, o feminino o assusta pois na realidade ele não vê sua avó uma mulher castrada, e sim uma mulher fálica, que tenta castrá-lo. Esta avó transmite uma lei cruel que o trata como coisa. Por isso, as mulheres o intimidam e ele as assassina com mais rigor. O garoto é colocado pela avó num lugar de objeto destituído de desejo, um animalzinho imundo, um dejeto, é possível que aqui esteja a chave para a formação de sua fantasia delirante. Essa fantasia vem dar conta de uma insatisfação na realidade, ou seja, na tentativa de reparar a perda da realidade, cria-se uma nova. Para Francis a realidade é ser um enfraquecido, um nada, portanto, procura uma identificação com uma figura que represente a força. Contudo, durante sua vida, o dragão simboliza não apenas a força, como também uma transformação, porque sua fantasia é conseguir tornar-se o que nunca foi. Sua veneração pela pintura é tanta que produz um diário Contemple o Dragão Vermelho o qual reúne uma coleção de fotos de defuntos, inclusive, fotos do Dr. Lecter por quem tem admiração. Na intenção de capturar o criminoso, Will (ex-agente do FBI) simula em uma matéria publicada em um jornal que Dr. Lecter discorre sobre a sexualidade de o Fada dos dentes. Foi publicado: “O fada dos dentes é feio e é impotente com o sexo oposto. Ele molesta sexualmente suas vitimas masculinas. Especulamos que ele seja produto de um lar incestuoso. Não admira que seja um tremendo fracassado”. Após ler o jornal Dolarhyde sequestra Lounds, repórter que o denegriu na matéria publicada, para que possa mostrar sua verdadeira identidade: Francis: Sabe quem eu sou Sr. Lounds? Lounds: Não, nem quero saber! Francis: De acordo com o Sr., eu sou um depravado, pervertido sexual, fracassado. Um páreo de última categoria (...) acho que agora já sabe?! Lounds: Eu sei!!! Francis: Eu não sou um homem, eu comecei como um, mas cada ser que eu modifico me torna mais que um homem, como vai testemunhar. Nesta cena, o assassino fica totalmente sem roupas em frente a um telão, de costas para o repórter, exibe sua tatuagem do dragão com movimentos corporais de contração dos músculos, transparecendo o quanto ele precisa mostrar-se assustador e forte. Essa necessidade de parecer superior fisicamente, corresponde ao seu pensamento megalomaníaco, sendo esse um dos fatores da paranoia. Durante a sessão de torturas ao repórter, Francis exibe os slides com as cenas dos crimes e diz: Quer saber o que eu sou? Lounds: É o que mais quero, tinha medo de perguntar. Francis: Está vendo? A sra. Jacobi na forma humana, a sra. Leeds na forma humana. A sra. Jacobi mudando, a sra. Leeds mudando, está vendo? A sra. Jacobi e Leeds renascidas (na foto elas tinham pedaço de vidro quebrado no lugar dos olhos). Por que escreveu mentiras sr. Lounds? Vai dizer a verdade sobre mim, meu trabalho, minha transformação? Eu sou o dragão e o senhor me chamou de louco, é testemunha de uma grande transformação e não reconhece nada. O senhor é uma formiga diante do renascer, mas está em sua natureza fazer uma coisa correta que diante de mim o senhor treme. Mas, não é medo que me deve sr. Lounds... é reverência!!! Nesse relato é possível observar uma construção delirante, pois a cada pessoa que ele mata, ele acredita torna-se mais forte. Deste modo, cometer os crimes o torna sujeito, aquele que causa medo, aquele que diverge das pontuações da sua avó (não urina mais na cama). O jornalista treme de medo; Francis faz uso do termo reverência e não medo, ele quer ser glorificado como um deus. Essa transformação assume um papel de missão, que na visão dele parece ser uma espécie de ressurreição. Mas, esse renascimento só pode acontecer se ele for o dragão vermelho e, é por esse motivo que não se satisfaz em apenas admirá-lo, é preciso marcá-lo em seu corpo. Tal matéria se resultou na morte do Sr. Lounds (repórter), isso nos dá abertura para pensar como tais palavras tiraram o assassino do eixo, especialmente, porque tem como fonte Dr. Lecter, pelo qual possui estima. Foi intencional o detetive optar em fazer essa matéria sobre a sexualidade do assassino. Mesmo que seja uma interpretação bastante caricatural, tem muita serventia para sustentar algumas suposições e hipóteses: Francis se sente impotente diante das mulheres, essa fragilidade de fato é com seu próprio estado de homem fracassado. A mulher o espanta, visto que, a imagem do feminino provém de uma avó muito masculina, no sentido simbólico de portadora do falo. Quando a matéria menciona a suposta homossexualidade de Francis (molesta sexualmente suas vitimas masculinas), pode-se perceber que tocaram em algo muito mais primitivo nele, pois se não teve um pai para se identificar, provável que se identificou com a avó, fato associado, por exemplo, no uso da dentadura. Tal comportamento não é somente para despistar os investigadores, mas também uma forma de identificação muito primária, sinalizadora da suposta homossexualidade oculta. Todas as crueldades do protagonista escondem a tentativa de se fazer sujeito. Seguindo nesse raciocínio, pode-se dizer que Francis só era alguém quando executava seus homicídios, só assim era um homem, como afirma em sua fala ao repórter. O psicótico não mede esforço para alcançar o que quer, por isso, a passagem ao ato. Essa ação é uma descarga experimentada como uma satisfação sexual. A única forma que existe como saída é a passagem ao ato, pois não faz uso da palavra como intermediação, pois a linguagem faz parte do registro simbólico e isso é o que lhe faltou. É possível pensar na presença de um componente perverso, em que o papel de dominador e de dominado da vítima lhe causa prazer. Sem esquecer que essa relação é fruto de sua própria história de dominado, que agora tenta inverter. Durante todo o filme, é possível observar que a questão da aparência traz muito sofrimento ao Francis, na visão dele é algo horrível. O protagonista recebeu o apelido de “Fada dos dentes” do qual achava ridículo. De fato, para alguém que gostaria de parecer homem e forte, o título fada não está de acordo, afinal é bem feminino e delicado. Óbvio que isso rebate na questão da aparência, resumindo, as fadas são femininas e bonitas, neste caso ele não se considerava como tal. No caso dele, o que importa como a representação de si é somente a cicatriz que tem na boca, o que é simbólico, porque implica no real do corpo, o corte simbólico pelo qual ele não atravessou. Reba tem algo essencial que leva a uma esperança de vínculo social: ela possui deficiência visual. Observamos que o protagonista tem uma grande questão com sua autoimagem, por isso quebra os espelhos na casa das vítimas. Quando a garota lhe conta sobre a curiosidade das amigas em relação a ele, Francis a questiona: “Falaram da minha aparência?” porque na concepção dele os outros são ameaçadores. Além da cicatriz na boca que o faz sentir-se deformado, existe também uma questão ainda mais primitiva, referente ao seu narcisismo. Mesmo o filme não abordando tal questão, pode-se dizer que ele foi pouco investido narcisicamente pela mãe, isso é clássico na psicose. Na trama, aparece uma avó devastadora no lugar dessa mãe, uma figura incapaz o bastante para não fazer a função materna de investir afeto em seu bebê. Francis se vê no olhar de reprovação dos outros, então, era bem prazeroso se relacionar com alguém que não pudesse vê-lo. Ou seja, como ele se vê através do Outro (avó), o fato de a moça ser deficiente visual, naquele instante, proporciona a possibilidade de não se ver como um animalzinho imundo. Reba o tratava muito bem, diverge de tudo que ele já passou. Por isso, em algumas ocasiões, ela parece desempenhar essa função materna ausente. Se prestarmos a atenção, não é somente uma relação sexual o mais significativo, mesmo que mantenham isso de fato, mas a parte afetiva aí é muito mais importante. Ela não o excita como homem, e sim causa nele certa piedade, não com a moça e tão pouco com os outros, mas em relação a si próprio. Mesmo tendo todas as chances, o fada dos dentes não matou Reba no primeiro encontro, nem a mulher no museu. Os detetives souberam da noticia e a explicação dada foi que ele não matou porque estava tentando parar. Reba aparenta ser esse breque que Francis não tinha. Perante a psicose não temos de recuar, porque sempre há uma expectativa, não da cura, e sim da possibilidade de recuperação de um laço social, ainda que mínimo e precário. Antes do surto em que ele coloca fogo na casa, lembramos que Francis dorme com a moça. Seu encontro com a relação sexual já é um motivo significante para que aconteça o surto, sendo que para esses sujeitos o sexual é um fator traumático e complexo, e, depois com sua impotência. Na cena em que ele acorda e percebe que a garota não está mais na cama, ele corre pela casa desesperado. Nesse momento, olha para o quadro da avó, que joga aquele olhar de advertência de modo a reprová-lo pelo ato sexual. Depois, olha para o quadro do dragão e fala com uma voz chorosa: “Não, ela você não vai ter!... Por favor, só um pouquinho. Não, não... está me machucando”. Totalmente perturbado - pega a arma e olha para a imagem do dragão e diz: “não ela, ela é boa, ela é legal”. Em seguida, coloca a arma na boca e ameaça atirar em si mesmo, porém surge a ideia de ir ao museu e comer a imagem do dragão. Durante essa alucinação paranoica vivida por Francis, se observa que o que permanece no seu delírio experimentado como sendo um outro que o incomoda, o persegue, tem mais a ver, na realidade com a relação do sujeito com o próprio eu. Por que Francis resolveu comer a pintura, sendo que o sujeito e o objeto estão ligados? Antes de tudo, já sabemos a importância dessa obra para ele. Por detrás desse ato há uma tentativa desenfreada de resgatar esse objeto perdido, de retomar a posição simbiótica materna. Dessa maneira, quando ele se sente fragilizado, necessita desse objeto, tal qual como quando ele usou a fala “renascida”, para relatar o que as mortes faziam com ele. Francis renascia, tornava-se novamente um bebê, se pudesse teria para si esse objeto que ele tanto aprecia. Esses elementos passaram por deslocamento e, é claro, ele não os identifica como tal. Na psicose um objeto pode perder seu valor real, por isso, essa pintura para ele tem um sentido diferente. Em outras palavras, a atitude de comer a pintura é uma forma de tornar o dragão vermelho vivo dentro dele, pois o fada dos dentes trata seu dragão como o grande pai, que está morto e precisa ser ressuscitado. Nas cenas finais do filme, Francis descobre que sua identidade foi descoberta pelo detetive Will, por isso, ele foge e, ao passar na casa de Reba, a vê conversando com Ralph. Francis mata o rapaz e depois a sequestra. Já em sua casa ele a desperta e diz: Você andou pela casa enquanto eu dormia, não foi? Reba: Que? Francis: Naquela noite você achou alguma coisa estranha e mostrou para alguém? Você fez isso? Reba: O que foi, o que está acontecendo? Francis: Fica quieta ou ele vai ouvir a gente, ele está lá em cima! Ele quer você Reba, eu achei que ele tivesse ido embora, mas ele voltou. Eu não queria dar você para ele, eu fiz uma coisa hoje para que ele não possa te pegar (...) Eu tava errado você me enfraqueceu e depois você me magoou! Francis aparenta surtado e seu tom de voz oscila entre agressivo e doce, como se fosse duas pessoas; uma com vontade de matar e outra que não quer matar. A conduta dele é de como se acatasse a uma ordem superior, fato muito comum na psicose, esse encontro com o Outro. Quando ele se direciona a este Outro sempre faz uso da expressão “está me machucando”, ou “ele vai te machucar”. Pode-se dizer que essas frases têm origem nas recordações da avó. Tal relação, é muito importante para compreendermos que, quem está por trás de sua fantasia, no lugar desse gigantesco dragão vermelho e da mulher vestida de sol, é a sua avó. Durante a conversa ele acusa Reba de tê-lo enfraquecido e magoado, se recordarmos o primeiro encontro, ao contrário de agora, ela escolheu Francis ao invés de Ralph, no que lhe trouxe bastante segurança. Para finalizar, é possível afirmar que não é nada fácil para o sujeito reconhecer seu eu e seus desejos destruidores e é justamente por esta questão que isso se manifesta sobre a forma de um “outro-Francis”, claramente visível na relação com a garota. Com ela, Francis não mostra a mesma habilidade que teve com as outras vitimas, até tenta evitar cometer novos crimes, isso porque, mesmo vulnerável, construiu um vinculo afetivo precário, como já mencionado antes, não um vinculo de um casal formado por um homem com uma mulher, mas de Francis com os seus sintomas. Psicóloga Renata Gonçalves – CRP 06/122453

  • Reflexão: Por que Escolher a Psicologia como Profissão?

    Esse artigo fala sobre minha vivência e reflexão: por que escolher a psicologia como profissão. Ao olhar esse site até parece que eu sabia qual profissão seguir, mas não foi tão simples. Na época eu estava perdida com tantas opções. Aos 17 anos as duvidas atrapalhavam por conta da pressão de ter uma escolha profissional. Atualmente, acredito que entrar em algum trabalho que ajude a lidar com responsabilidades (horários, dinheiro, publico etc.) seja interessante junto desse processo de escolha profissional. Na época, havia uma pressão do ambiente para escolher a carreira de Direito. Já começa aí, que isso não veio da minha cabeça. Me formei em escola pública e tive a necessidade de fazer cursinho pré vestibular. Em um belo dia uma colega derrubou a revista Guia do Estudante que ao cair avistei a página sobre psicologia e profissão, lembro de ter me despertado interesse. Lembrando que em 2007 a internet não tinha tanta potência, busquei saber sobre a profissão do psicólogo através de muita leitura. Ah! antes que eu esqueça, prestei vestibular para Direito duas vezes e não passei, fiquei na lista de espera e por ser um curso concorrido era difícil alguém desistir. Na época foi extremamente frustrante e desanimador. Na época tinha de entrar na faculdade aos 18 anos e por conta desses tropeços entrei 2 anos depois, porém foi ótimo, porque eu estava um pouco mais segura com a minha escolha. Tive maturidade de entender que o diferencial estava naquilo que fazia sentido para mim, e não tinha a ver com agradar alguém ou estar dentro da faculdade aos 18 anos só para cumprir a regra. Quando pensei em postar esse artigo me perguntaram se realmente eu iria colocar em meu site profissional, sobre algumas coisas não darem certo durante minha jornada de escolha profissional. Eu pensei qual seria o problema em mencionar que fiquei perdida diante de tantas opções, fiquei angustiada e me sentindo pressionada a ter uma profissão, fiquei chateada por não passar em Direito. Resumido, porém essa é a verdade. Na vida a gente erra, cansa, se frustra, faz escolhas sob pressão, fica de saco cheio, faz escolhas equivocadas, se arrepende e depois volta, retoma, repensa e por aí vai. Fora das mídias sociais a gente tropeça bastante nos obstáculos da vida, na internet é possível selecionar o que queremos que os outros leiam, ainda assim, não estamos isentos de errar. Na época havia uma grande questão: Psicologia não tem matemática, UHU!!! Era uma das minhas maiores dificuldades, ainda é. Pobre estudante, estatística no primeiro semestre abriu com chave de ouro a porta da angustia, porém, sobrevivi. E os números aparecem durante a jornada academica, principalmente, para quem gosta de testes psicológicos. E claro, matemática é importante, pois devemos aprender a lidar com o dinheiro. Hoje dou risada, mas na época era apavorante. As coisas podem perder a força e ter significados diferentes, basta revisitar um pouco as vivencias. Durante a faculdade de psicologia haviam matérias que eu não gostava, mas tinha que estudar. Provas, pessoas que não faziam o trabalho em grupo, apresentação, tudo na mesma semana. Aquela vibe acadêmica. Após a graduação e atuando na área, posso afirmar, escolher o que gosta não diz respeito a ser tudo “lindo e perfeito” e sem exaltações. Pelo contrário, escolher o que gosta também é se comprometer e se dedicar com obrigações necessárias e fazer coisas que não gosta. De modo geral, na vida é assim também. Na jornada acadêmica, conheci várias linhas teóricas, inclusive a psicanálise (não é uma abordagem da psicologia). Adorava aplicar os testes psicológicos e aprender sobre elaboração de laudos técnicos. Os estágios no final do curso eram corridos e exaustivos. Visitas interessantes em instituições como: CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), presídio, RH (Recursos Humanos) das empresas, hospital psiquiátrico, atendimento na clinica-escola etc. Atento sobre alguns bordões associados a profissão do psicólogo: Psicólogo é para louco; Pretendo fazer psicologia por hobby ou para me conhecer melhor; Psicologia por amor; Vou ser psicólogo para fazer o bem, etc. Por favor, revisem esses conceitos. Vai além desses bordões de que o psicólogo faz o bem. Desculpem se soa grosseiro, mas o psicólogo não paga os boletos com abraço ou apenas por amor a profissão. Claro que auxiliamos as pessoas, passamos a ter um papel importante na vida do paciente e para a sociedade, temos que gostar do que fazemos, porém não esqueçam que é um trabalho que merece ser valorizado e remunerado. Pretende seguir a área da psicologia e gosta de ler? Se sua resposta for sim, ótimo, o curso demanda muita leitura e, depois também. Pesquisem, atualmente é possível encontrar aulas gratuitas, diversos blogs com artigos interessantes de profissionais maravilhosos. É uma baita ajuda para nos direcionar se queremos ou não dar um passo para a graduação de psicologia. Estou atuando na area desde quando me formei e posso afirmar que foi a melhor escolha que fiz, todas as profissões tem suas dificuldades, a diferença pode estar no quanto você está disposto a investir com a sua persistência. ​ Psicóloga Renata Gonçalves – CRP 06/122453 Assuntos relacionados: Saúde Mental: Cuidados ao Buscar Psicólogo Gratuito Psicólogo é para Louco? 8 Curiosidades Sobre o Profissional da Psicologia O que é psicoterapia? Para quem serve? Por que fazer?

  • Saúde Mental: Cuidados ao Buscar Psicólogo Gratuito

    Nesse artigo trago uma pequena reflexão, orientação e cuidados tanto dos profissionais quanto para os que buscam essa oferta de serviço de psicologia gratuita. Vejo muitas ofertas de psicólogo gratuito com anúncios atraentes, como por exemplo, "primeira sessão com psicólogo gratuito", "sessão experimental com psicólogo gratuito", "psicólogo gratuito clique aqui". Vamos lá, pensem comigo: A primeira vez que você vai ao restaurante, você pagará o que consumiu; A primeira consulta com o médico, você pagará pelo atendimento; A primeira vez no cabeleireiro, você pagará o serviço; A primeira sessão com o psicólogo, não seria diferente. Por qual motivo a maioria das pessoas buscam um psicólogo gratuito ou psicólogo com valor social? Os motivos para essa procura podem ser variados. Embora, quem busca o serviço de psicologia gratuito ou com valor social, provavelmente, pode estar em situação de vulnerabilidade financeira. Por exemplo: Antes de me formar, um de meus estágios foi com Mulheres em situação de violência, elas não tinham condições financeiras para fazer sua psicoterapia, a maioria alegava que o companheiro não lhe dava o direito de trabalhar ou ter uma renda. Casos extremamente delicados de violência física, psicológica e matrimonial. Talvez seja de seu interesse: Cartilha Gratuita - Como Identificar um Relacionamento Abusivo Outro ponto que podemos pensar são em alguns estereótipos comuns que marcam o profissional da psicologia: os psicólogos são bondosos, aqueles que ajudam as pessoas ou aqueles que fazem trabalhos por caridade, tais pensamentos podem contribuir com a procura por serviços gratuitos. Importante ter cuidado ao buscar psicólogo gratuito ou de baixo custo quando essas ofertas possuem somente a intenção de captar pacientes , isso pode gerar um problemão. A falta de investimento do psicólogo em estudos, supervisão de seus casos clínicos, sua própria análise/psicoterapia, recursos materiais etc., pode afetar o tratamento do paciente de maneira negativa. Ou seja, o psicólogo precisa investir para obter retorno financeiro e até para poder oferecer algum projeto social. Não é possível auxiliar alguém sem investir nas ferramentas necessárias que sustentam um trabalho de qualidade. O recém formado deve estar desanimado com esse texto, mas se for de seu interesse viver da clínica de psicologia, é possível iniciar em um trabalho que te mantenha financeiramente e separar alguns horários para atender seus pacientes. Ou se você tem apoio para esse inicio aproveite investir seu tempo em produzir conteúdos. Psicóloga (o) recém formado que está precisando de alguma mentoria sobre início da clínica entre em contato comigo Psicóloga Renata , será um enorme prazer fazer trocas profissionais. Existem instituições que oferecem atendimento gratuito como, por exemplo, as universidades com a Clínica Escola de Psicologia, Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Unidade Básica de Saúde (UBS) etc. Na clínica escola o estudante precisa começar a atender para colocar em práticas alguns conhecimentos. A pessoa que busca um psicólogo pode usufruir do atendimento desse estudante sem custo financeiro, pois o aluno tem suporte para os atendimentos com os professores-supervisores, possui local seguro para atendimento presencial, possui materiais de fácil acesso na biblioteca da faculdade etc. Talvez seja de seu interesse essa sugestão de atendimento gratuito:   Mackenzie - Clínica Escola de Psicologia De modo geral, quando o psicólogo se forma e pretende começar sua jornada clínica ele terá que investir financeiramente em um supervisor para lhe auxiliar nos caos clínicos, terá custos com a clínica (aluguel, IPTU, água, luz, internet, etc.) e custos com cursos ou materiais de estudos, entre outras coisas. No inicio é difícil oferecer serviços gratuitos ou com custo acessível. A oferta de serviços gratuitos de psicologia podem ocorrer quando o psicólogo conseguir estabilidade em sua clínica. Não oferto sessão gratuita porque na primeira sessão estarei trabalhando. O que consigo oferecer diante desse cenário é abrir espaço para negociações no caso a caso. Isso só foi possível quando a clínica estava caminhando e há certa quantidade de pacientes pagantes do investimento total das sessões. Dessa forma, os pacientes que pagam o valor total e os que não possuem condições por alguma questão terão a mesma qualidade de serviço. Estamos falando de saúde mental: cuidados ao buscar psicólogo gratuito e isso é muito sério, não vejo problema em oferecer o atendimento psicológico gratuito, desde que o psicólogo esteja ciente da seriedade dessas ofertas. Porque o preço de sessão entre os psicólogos variam? Normalmente o psicólogo se baseia na tabela de honorários fornecida pelo CRP (Conselho Regional de Psicologia), cada profissional sabe fazer o calculo de lucros, custos fixos e variáveis de sua clínica e, obter um preço de sessão. Procuro não justificar o custo do serviço de psicologia que ofereço por saber o valor do meu trabalho. Aliás, o McDonald’s não justifica o preço do lanche, o Boticário não justifica o preço do perfume, o médico não justifica o preço da consulta. Então, por que seria diferente com o psicólogo? Conheça o Projeto Social Psyque: Mulheres e Enfrentamento às Violências Psicóloga Renata Gonçalves – CRP 06/122453

  • Saúde Mental: Como é o diagnóstico em Psicologia e Psicanálise

    Nesse artigo abordarei um pouco de como é o diagnóstico em psicologia e psicanálise, porém, é importante ressaltar que não há uma única maneira de realizar tal raciocínio. Este texto é baseado em minha experiência profissional. O objetivo é compartilhar informações pouco faladas sobre o assunto e levar informação para quem não é da área e tem curiosidade. Como é o diagnóstico em psicologia? O diagnóstico em psicologia é o processo de avaliar e identificar a presença de um transtorno ou condição psicológica em uma pessoa. Isso geralmente é feito por um psicólogo, que utiliza técnicas de entrevistas, testes psicológicos e observação do comportamento para chegar a um diagnóstico preciso. O objetivo do diagnóstico em psicologia é entender a natureza e a gravidade dos sintomas e problemas psicológicos de um indivíduo, permitindo assim o desenvolvimento de um plano de tratamento adequado. O diagnóstico também pode ajudar a classificar e categorizar diferentes transtornos psicológicos, facilitando a comunicação e a troca de informações entre profissionais de saúde mental. É importante ressaltar que o diagnóstico em psicologia não se limita apenas a identificar transtornos mentais, também pode abranger aspectos como o funcionamento saudável e adaptativo de uma pessoa. Além disso, o diagnóstico sempre deve ser feito levando em consideração as características individuais de cada pessoa, usar critérios diagnósticos estabelecidos, como os que estão presentes no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). O psicólogo pode dar diagnóstico? Sim, o psicólogo tem capacidade e técnica para elaborar um diagnóstico psicológico, principalmente quando o profissional trabalha com laudos psicológicos. Como é o diagnóstico em psicanálise? O diagnóstico em psicanálise é um processo complexo e envolve a compreensão dos sintomas e problemas emocionais de um indivíduo a partir de uma perspectiva psicanalítica. Ao contrário do diagnóstico na psiquiatria, que se baseia principalmente na classificação dos sintomas conforme os critérios de um manual diagnóstico DSM, o diagnóstico psicanalítico busca compreender a dinâmica inconsciente por trás dos sintomas. É importante ressaltar que o diagnóstico em psicologia ou psicanálise não se limita a categorizar o paciente, também busca compreender sua singularidade e ajudá-lo a desenvolver uma compreensão mais profunda de si mesmo. Quando discutimos o que é normal e patológico, colocamos em pauta áreas do conhecimento que fincam padrões de comportamento ou funcionamento da personalidade ajustada, não vejo como algo ruim, acredito que ajudará o psicólogo a se organizar. Então, algumas pessoas chegam ao consultório com um diagnóstico e acabam vivendo somente em prol disso, por exemplo: “O psiquiatra disse que eu tenho depressão.” “Uma vez fui ao clínico e lembro que tinha falado algo sobre eu ser bipolar.” “O neuro me receitou umas pílulas porque tenho TOC e ansiedade.” Há pessoas que chegam no consultório e pedem um diagnóstico: “Depois que te contei tudo isso, acha que estou deprimido ou tenho algum problema mental por pensar assim?” Não há nada de errado com a pessoa que vem com o diagnóstico dado pelo médico ou com a que chega no consultório querendo um. Em psicoterapia/análise vamos tentar trabalhar que o paciente se questione, por exemplo: já que recebeu esse diagnóstico o que pensa e sente sobre isso. Ou, o que é possível pensar diante desse diagnóstico. Entre outras questões que podem ser investigadas e instigar o paciente a pensar. O diagnostico no estilo DSM é composto por uma série de fatores. Quando alguém busca um psicanalista e diz: “sou depressivo”, pedimos que fale mais sobre isso. Sim, a pessoa pode ter sido diagnosticada com depressão, mas é importante escutar como vivência essa depressão. Não devemos retirar a autenticidade da fala do paciente que debate esta ordem, resumindo-o em uma palavra (depressão), assim, colocamos um único Saber (o saber médico). O paciente pode ficar engessado nessa palavra e não explorar o grande entendimento sobre seu mal-estar e sofrimento psíquico. Então, a psicologia e a psicanálise não trabalha com diagnóstico? Depende, se você estiver pensando no diagnóstico similar ao do médico: “você tem isso, tem aquilo”; “você é isso, você é aquilo”, realmente não trabalha. Nos meus atendimentos clínicos, trabalho com hipótese diagnóstica que serve como uma base (somente para mim) para a formulação de um plano terapêutico individualizado que visa promover a exploração e o autoconhecimento do paciente, bem como trabalhar em direção ao alívio dos sintomas e à melhoria do bem-estar emocional. Como é a elaboração dessa hipótese diagnóstica? É realizado através de uma escuta cuidadosa do paciente, buscando entender seu inconsciente, seus conflitos internos, suas memórias e experiências traumáticas passadas e suas relações interpessoais atuais. O objetivo é explorar a história do indivíduo, seus desejos, fantasias e defesas inconscientes, a fim de compreender as origens de seus sintomas e problemas emocionais. Ao realizar o diagnóstico psicanalítico, o psicanalista considera que os sintomas são expressões simbólicas de conflitos internos não resolvidos. Eles podem estar relacionados a experiências traumáticas passadas, desejos inconscientes não realizados, problemas nas relações interpessoais ou dificuldades em lidar com aspectos da realidade. O diagnóstico psicanalítico não se concentra apenas nos sintomas manifestos, mas também nos processos inconscientes que estão por trás desses sintomas. O objetivo é entender como esses processos psíquicos estão afetando o funcionamento global do indivíduo e buscar identificar as questões mais profundas que precisam ser abordadas para promover alívio e o crescimento pessoal. Vou te contar uma coisa: a melhor parte de uma psicoterapia/análise é poder dizer sobre si, ao invés de ser dito por um diagnóstico ou pelo psicólogo. Psicóloga Renata Gonçalves – CRP 06/122453

  • Psicologia é Somente com Psicólogas: Como Identificar Oportunistas que Usam a Psicologia para se dar Bem

    Este artigo é dedicado aos colegas de trabalho que oferecem serviços de psicologia de forma ética. Aos meus pacientes que confiam em meu trabalho e para quem gostaria de buscar um psicólogo, porém não sabe por onde começar. Obter informações nunca é demais quando pensamos nos avanços tecnológicos. Procure fontes seguras na internet, saiba pesquisar para não vir a ser uma vítima de oportunistas.   O que é uma pessoa oportunista? De modo geral, aquela pessoa que se aproveita das ocasiões e dos bons momentos para a realização de algo. Aquela pessoa que busca proveito pessoal, aproveitando-se dos outros, sacrificando princípios e normas.   Como identificar oportunistas que usam a Psicologia para se dar bem? Observem que há muitos anúncios, ofertas e divulgações por aí na internet sobre psicologia. Ofertas de "atendimentos psicológicos", ofertas de terapias milagrosas, ofertas de terapias com resultado em 1 mês, ofertas de cursos com garantias suspeitas e tudo sendo colocado na conta da Psicologia. Assunto que talvez você se interesse: O que é psicoterapia? Para quem serve? Por que fazer?   Os anúncios que aparecem em minhas redes sociais são ofertas de terapias por pessoas que se passam por psicólogos, ou seja, NÃO são psicólogos. Um grande atentado a saúde emocional e ao trabalho do Psicólogo.   Por exemplo, esses dias apareceu em meu Instagram um anuncio com algo do tipo: “Você gosta de ouvir as pessoas?” “Já ouviu falar que você leva jeito para ser psicóloga (o)?” Então, faça esse curso terapia sei lá o que das contas em 4 dias e atue  como psicólogo. Ganhe um certificado de participação. Ofertas de cursos/palestras de 4 dias com um terapeuta sem a formação em psicologia, aliciando pessoas a comprarem curso com certificado para atuar como psicólogo. O cúmulo do absurdo! Revoltante! Pessoas oportunistas se promovendo sem pudor e ética às custas de uma profissão séria. Infelizmente está sendo corriqueiro esse tipo de proposta. Eu chamo de malandragem. Arrisco mencionar que muitos não tem menos do mínimo dos fundamentos teóricos-técnicos-práticos-científicos de você aí psicólogo que está lendo este artigo e lutou para estudar 5 anos, pagar a universidade, se formar e tentar sobreviver da psicologia de maneira digna. Aliás, estamos em constante aprimoramento profissional técnico e prático.   Um alerta para quem está em sofrimento emocional. Pensei, como assim, cadê o CRP? Cadê meus colegas Psicólogos (as), acho que estamos em falta nas orientações sobre esses cuidados que são princípios éticos do Psicólogo. Terapeutas reconhecidos pelo MEC e NÃO tem graduação em Psicologia, NÃO é Psicólogo. Coachs (treinadores) que NÃO tem graduação em Psicologia, NÃO é Psicólogo. Logo NÃO podem atuar como psicólogos, nem se passar como um Psicólogo para se autopromover. Eu chamo de exercício ilegal da profissão. Realmente, há uma banalização da profissão Psicólogo na internet, estão usando o sofrimento emocional alheio na tentativa de se promover, usam promessas ilusórias e contribuem com o desserviço a sociedade. Eu chamo de picaretagem. Lembre-se que a crítica é sobre o uso indevido da profissão Psicólogo por quem não possui a graduação em Psicologia. Se o “terapeuta de cristais” ou “coaching de emoções” tiver a graduação em Psicologia, creio que estejam cientes de como utilizar estas práticas alheias ao campo da Psicologia, servindo-se do código de ética do Psicólogo. Assunto que talvez você se interesse: Psicólogo é para Louco? 8 Curiosidades Sobre o Profissional da Psicologia NÃO há problemas em buscar terapias alternativas, NÃO há problemas em estudar Psicologia sem ser Psicólogo, NÃO há problemas em se basear em textos de Psicologia em sua terapia alternativa. Há problemas quando vendem o serviço de Psicólogo sem ser um Psicólogo. Importante ser honesto com quem vem buscar alguma ajuda independente de você ser psicólogo ou não. Seria o mesmo se eu como Psicóloga resolvesse receitar medicamentos aos meus pacientes sem formação em medicina, pois o único que pode medicar é o médico. Parece óbvio, porém muitas pessoas que me buscam pedem para eu prescrever algum medicamento. Se eu pensasse em benefícios próprios, poderia abusar da humildade dessas pessoas, porém, eu seria oportunista, visando somente meu lucro, sem ética alguma e criminosa ao prescrever alguma receita medicamentosa. Não há nada de errado em promover sua terapia alternativa e usar a Psicologia como guia, o errado é se vender como Psicólogo sem possuir graduação em Psicologia.   Como saber se o profissional realmente é psicólogo? Para estar habilitado a exercer a profissão de psicóloga(o), o profissional deve ser formado em Psicologia e estar com inscrição ativa no Conselho Regional de Psicologia do Estado em que atua. É possível checar se a(o) psicóloga(o) está com registro ativo no Cadastro Nacional de Psicólogas(os). Você pode checar a partir do nome, CPF ou número de registro no Conselho.   O que eu devo fazer: Acesse o  Cadastro Nacional de Psicólogas(os)   e verifique se a(o) profissional em questão possui registro ativo para atuar como psicóloga (o).   Observação importante: Caso a(o) profissional em questão esteja atuando como psicóloga(o), mas não tenha registro ativo no Conselho, é caso de exercício ilegal da profissão, o que é uma contravenção penal, e deve ser reportado aos órgãos competentes, ou pode ser denunciado no próprio Conselho Regional (CRP).   Como saber se o psicólogo está habilitado para atender on-line? O e-Psi lista as(os) profissionais que estão autorizadas(os) pelo Sistema Conselhos de Psicologia a prestarem serviços psicológicos on-line. Se a(o) profissional não estiver listada(o), ela(e) não está autorizada(o) a prestar esse serviço.   O que eu devo fazer: Acesse o  e-Psi Psicólogas Cadastradas e verifique se a(o) profissional em questão possui cadastro ativo para atender on-line(o).   Para finalizar, a utilização de técnicas privativas, por exemplo: testes psicológicos , por profissionais que NÃO têm formação em Psicologia caracteriza exercício ilegal da profissão, passível de denúncia em Delegacia de Polícia.   Profissional da Psicologia é com Psicólogas (os) - Psyque Consultório - Em defesa das psicólogas (os) e usuários (as) dos serviços de Psicologia e Saúde Mental. Nota: O texto NÃO é sobre comparações entre profissionais, em qualquer profissão é possível encontrar pessoas oportunistas. O titulo é bastante sensacionalista (perdoem-me) para atrair leitores, não foi por acaso porque se estivesse no titulo "ética ou legislação sobre o profissional psicólogo", não seria interessante. Sinceramente, é maçante ler códigos e leis com termos difíceis. Um título "estranho" - soberano (Psicologia é somente com Psicólogas), porém, o conteúdo entrega orientações para quem busca um profissional Psicólogo, orientações para cautelas em buscas de atendimentos ou cursos em anúncios sobre psicoterapia, como também a importância da honestidade e clareza com as pessoas que estão a procura de um Psicólogo. Tenham cautela em suas buscas, procure profissional por indicação de alguém de confiança ou faça suas pesquisas de maneira cautelosa e experimente. Desejo a todos vocês uma boa escolha! Psicóloga Renata Gonçalves – CRP 06/122453 Para mais informações: Código de Ética Profissional da/o Psicóloga/o -> Resolução CFP Sobre Atendimento Online

  • Explicando a Psicologia Sexual

    Olá, tudo bem por aí? Hoje eu queria falar um pouquinho sobre a Psicologia Sexual, umas das áreas mais fascinantes dessa ciência porém cercada de preconceitos e tabus, mesmo entre alguns profissionais da saúde. O texto Explicando a Psicologia Sexual foi escrito com base na Terapia Cognitivo Comportamental por ser a abordagem que utilizo no dia a dia de meus atendimentos, porém é sempre interessante observar a visão de outras abordagens que também prestam gigantesca contribuição para o entendimento da sexualidade humana, tal qual a Psicanálise e a Psicologia Analítica por exemplo. Dividi o texto em seis pequenos capítulos para facilitar o entendimento Fundamentos da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) 1.1 Princípios Básicos da TCC A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é uma abordagem terapêutica que se baseia na inter-relação entre pensamentos, emoções e comportamentos. Desenvolvida inicialmente por Aaron T. Beck nos anos 1960, a TCC tem se mostrado eficaz para uma variedade de problemas psicológicos, incluindo questões sexuais. A premissa fundamental da TCC é que os nossos pensamentos influenciam diretamente as nossas emoções e comportamentos. Portanto, ao identificar e modificar pensamentos disfuncionais, podemos promover mudanças positivas em nossas emoções e comportamentos. Principais Conceitos da TCC: Pensamentos Automáticos:  Pensamentos espontâneos que surgem em resposta a uma situação específica. Crenças Centrais:  Crenças profundas e fundamentais sobre si mesmo, os outros e o mundo, muitas vezes formadas na infância. Esquemas Cognitivos:  Padrões duradouros de pensamento que influenciam a forma como interpretamos o mundo e reagimos a ele. 1.2 Relação entre Pensamentos, Emoções e Comportamentos Na TCC, acredita-se que os problemas psicológicos muitas vezes resultam de padrões de pensamento distorcidos ou irracionais. Por exemplo, um homem que sofre de disfunção erétil pode ter pensamentos automáticos como "Eu nunca serei capaz de satisfazer minha parceira", o que pode levar a sentimentos de ansiedade e comportamento de evitação. Modelo Cognitivo: Situação:  Acontecimento ou evento específico. Pensamento:  Interpretação ou significado dado à situação. Emoção:  Reação emocional ao pensamento. Comportamento:  Resposta comportamental à emoção. 1.3 Estrutura da TCC: Sessões, Objetivos e Técnicas A TCC é uma terapia estruturada e orientada para objetivos, normalmente de curta duração. As sessões são planejadas de maneira sistemática para ajudar os clientes a identificar e modificar pensamentos disfuncionais e a desenvolver habilidades de enfrentamento. Componentes de uma Sessão Típica de TCC: Avaliação Inicial:  Entrevista detalhada para entender o problema do cliente e estabelecer metas terapêuticas. Psicoeducação:  Informação sobre o modelo cognitivo e como os pensamentos afetam emoções e comportamentos. Técnicas Cognitivas:  Identificação e reestruturação de pensamentos disfuncionais. Técnicas Comportamentais:  Exposição, dessensibilização sistemática e tarefas para casa. Monitoramento de Progresso:  Avaliação contínua do progresso em relação às metas terapêuticas. 1.4 Modelos Cognitivos e Sexuais Crenças e Atitudes Sexuais:  A TCC enfatiza a importância de compreender e desafiar crenças e atitudes disfuncionais em relação à sexualidade. Por exemplo, crenças irracionais como "Devo ser perfeito na cama" ou "Sexo é sujo" podem levar a problemas sexuais. Exemplos de Pensamentos Disfuncionais Comuns: Catastrofização:  "Se eu falhar na cama, meu relacionamento vai acabar." Supergeneralização:  "Eu falhei uma vez, então sempre falharei." Personalização:  "Se meu parceiro não está satisfeito, é totalmente minha culpa." 1.5 Processos Terapêuticos na TCC Avaliação Inicial e Estabelecimento de Metas: O primeiro passo na TCC é a avaliação detalhada do problema e o estabelecimento de metas terapêuticas claras. Isso pode incluir a identificação de pensamentos automáticos e crenças centrais que contribuem para o problema sexual do cliente. Técnicas de Intervenção Cognitiva: Reestruturação Cognitiva:  Técnica para identificar e desafiar pensamentos automáticos e crenças disfuncionais. Isso pode envolver a prática de substituir pensamentos negativos por pensamentos mais realistas e positivos. Terapia de Exposição:  Envolve a exposição gradual a situações temidas para reduzir a ansiedade e melhorar a resposta emocional. Técnicas de Intervenção Comportamental: Treinamento de Habilidades:  Desenvolvimento de habilidades de comunicação e assertividade para melhorar a intimidade e a satisfação sexual. Exercícios de Relaxamento:  Técnicas como respiração profunda e relaxamento muscular progressivo para reduzir a ansiedade e melhorar a função sexual. 1.6 Benefícios da TCC para Questões Sexuais A TCC oferece uma abordagem prática e baseada em evidências para tratar problemas sexuais. Ao focar na identificação e modificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais, a TCC pode ajudar indivíduos a desenvolver uma visão mais saudável e positiva da sexualidade. Principais Benefícios: Melhoria na Função Sexual:  Redução de disfunções sexuais através de intervenções direcionadas. Aumento da Satisfação Sexual:  Desenvolvimento de uma comunicação mais eficaz e habilidades de enfrentamento. Redução da Ansiedade Sexual:  Técnicas de relaxamento e exposição para reduzir a ansiedade associada ao desempenho sexual. 2: Aplicação da TCC na Sexualidade Masculina 2.1 Aspectos Específicos da Sexualidade Masculina A sexualidade masculina é influenciada por uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e socioculturais. Compreender esses fatores é essencial para abordar eficazmente os problemas sexuais através da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC). Fatores Biológicos: Hormônios:  Testosterona é um hormônio chave na regulação do desejo sexual masculino. Saúde Física:  Condições como diabetes, hipertensão e obesidade podem afetar a função sexual. Envelhecimento:  Mudanças hormonais e físicas associadas ao envelhecimento podem impactar a sexualidade. Expectativas Sociais e Culturais: Pressão para Desempenho:  Homens frequentemente sentem a pressão de serem "perfeitos" na cama, o que pode levar à ansiedade de desempenho. Estereótipos de Masculinidade:  Normas culturais que associam virilidade com desempenho sexual podem criar expectativas irrealistas. 2.2 Problemas Comuns e Abordagens da TCC Disfunção Erétil: A disfunção erétil (DE) é a incapacidade de obter ou manter uma ereção suficiente para uma relação sexual satisfatória. A DE pode ter causas físicas, psicológicas ou uma combinação de ambas. Intervenções da TCC para Disfunção Erétil: Identificação de Pensamentos Automáticos:  Reconhecer pensamentos negativos como "Eu sempre vou falhar." Reestruturação Cognitiva:  Substituir pensamentos disfuncionais por crenças mais realistas e positivas. Técnicas de Relaxamento:  Práticas de respiração profunda e relaxamento muscular para reduzir a ansiedade. Ejaculação Precoce:  A ejaculação precoce (EP) é caracterizada pela incapacidade de controlar a ejaculação por tempo suficiente para uma satisfação mútua durante a relação sexual. Intervenções da TCC para Ejaculação Precoce: Exercícios de Controle:  Técnicas como o "start-stop" para melhorar o controle ejaculatório. Reestruturação Cognitiva:  Modificação de crenças disfuncionais como "Eu sou incapaz de controlar minha ejaculação." Desenvolvimento de Habilidades de Enfrentamento:  Estratégias para lidar com a ansiedade e aumentar a confiança. Ansiedade de Desempenho:  A ansiedade de desempenho é o medo intenso de falhar durante a relação sexual, que pode levar a problemas como DE e EP. Intervenções da TCC para Ansiedade de Desempenho: Exposição Gradual:  Exposição controlada e gradual a situações sexuais para reduzir a ansiedade. Reestruturação Cognitiva:  Desafiar e modificar pensamentos catastróficos sobre desempenho sexual. Técnicas de Relaxamento:  Práticas de mindfulness e meditação para reduzir a ansiedade. 2.3 Estratégias de Melhoria Técnicas de Mindfulness e Relaxamento:  O mindfulness e as técnicas de relaxamento são componentes importantes da TCC, especialmente no tratamento de problemas sexuais. Práticas de mindfulness ajudam os indivíduos a se concentrarem no momento presente, reduzindo a ansiedade e melhorando a resposta sexual. Exercícios de Mindfulness: Atenção Plena à Respiração:  Focar na respiração para acalmar a mente e o corpo. Escaneamento Corporal:  Técnica para aumentar a consciência corporal e reduzir a tensão muscular. Meditação Guiada:  Usar meditações guiadas específicas para a redução da ansiedade sexual. Exercícios de Comunicação Assertiva:  A comunicação assertiva é crucial para melhorar a intimidade e resolver problemas sexuais. A TCC enfatiza o desenvolvimento de habilidades de comunicação para expressar desejos e necessidades de maneira clara e respeitosa. Técnicas de Comunicação Assertiva: Uso de "Eu" nas Declarações:  Focar em expressar sentimentos e necessidades pessoais em vez de culpar o parceiro. Escuta Ativa:  Praticar a escuta ativa para entender melhor o parceiro e fortalecer a conexão emocional. Negociação e Compromisso:  Desenvolver habilidades para negociar e comprometer-se, criando um ambiente sexual mais satisfatório para ambos os parceiros. Desenvolvimento de uma Imagem Corporal Positiva:  A percepção da própria imagem corporal pode influenciar significativamente a sexualidade masculina. Homens com uma imagem corporal positiva tendem a ter maior confiança e satisfação sexual. Estratégias para Melhorar a Imagem Corporal: Reestruturação Cognitiva:  Desafiar e modificar pensamentos negativos sobre o corpo. Exercícios de Apreciação Corporal:  Praticar a gratidão e a apreciação pelo próprio corpo e suas capacidades. Atividade Física Regular:  Envolver-se em atividades físicas que promovam a saúde e o bem-estar geral. 3: Aplicação da TCC na Sexualidade Feminina 3.1 Aspectos Específicos da Sexualidade Feminina A sexualidade feminina é multifacetada e influenciada por uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e socioculturais. Compreender esses aspectos é essencial para abordar problemas sexuais de forma eficaz através da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC). Fatores Biológicos: Hormônios:  Estrogênio e progesterona desempenham papéis cruciais na regulação do desejo sexual e da resposta sexual feminina. Ciclo Menstrual:  As flutuações hormonais ao longo do ciclo menstrual podem influenciar o desejo e a resposta sexual. Saúde Física:  Condições médicas como endometriose, síndrome dos ovários policísticos (SOP) e menopausa podem afetar a sexualidade. Expectativas Sociais e Culturais: Papel da Mulher na Sociedade:  Normas culturais e expectativas sobre a sexualidade feminina podem influenciar a percepção de si mesma e de suas experiências sexuais. Pressão para Atender Expectativas:  A pressão para ser atraente e sexualmente desejável pode gerar ansiedade e insegurança. 3.2 Problemas Comuns e Abordagens da TCC Disfunção Sexual Feminina: A disfunção sexual feminina pode manifestar-se de várias formas, incluindo baixo desejo sexual, dificuldade em alcançar orgasmo e dor durante a relação sexual. Intervenções da TCC para Disfunção Sexual Feminina: Identificação de Pensamentos Negativos:  Reconhecer pensamentos disfuncionais como "Eu nunca vou sentir prazer" ou "Algo está errado comigo." Reestruturação Cognitiva:  Substituir pensamentos negativos por crenças mais realistas e positivas, como "Meu prazer é importante e alcançável." Educação Sexual:  Fornecer informações precisas sobre a anatomia feminina e o ciclo de resposta sexual. Transtornos do Desejo Sexual:  Os transtornos do desejo sexual incluem a falta de interesse em atividades sexuais ou a ausência de pensamentos ou fantasias sexuais. Intervenções da TCC para Transtornos do Desejo Sexual: Reestruturação Cognitiva:  Desafiar crenças disfuncionais como "Eu não devo ter desejos sexuais" e promover uma visão mais positiva da sexualidade. Exposição Gradual:  Exposição gradual a estímulos sexuais para reduzir a ansiedade e aumentar o desejo. Desenvolvimento de Habilidades de Comunicação:  Incentivar a comunicação aberta sobre desejos e necessidades sexuais com o parceiro. Dor Durante a Relação Sexual:  A dor durante a relação sexual (dispareunia) pode ter causas físicas ou psicológicas, como vaginismo, onde ocorre contração involuntária dos músculos vaginais. Intervenções da TCC para Dor Durante a Relação Sexual: Relaxamento Muscular:  Técnicas de relaxamento muscular progressivo para reduzir a tensão e a dor. Reestruturação Cognitiva:  Modificação de pensamentos negativos como "A relação sexual sempre será dolorosa." Exercícios de Conscientização Corporal:  Aumentar a consciência e o controle sobre os músculos vaginais. 3.3 Estratégias de Melhoria Técnicas de Mindfulness e Relaxamento: Mindfulness e técnicas de relaxamento são eficazes para reduzir a ansiedade e melhorar a resposta sexual feminina. A prática de mindfulness ajuda a aumentar a consciência corporal e a presença no momento, facilitando uma experiência sexual mais prazerosa. Exercícios de Mindfulness: Meditação de Atenção Plena:  Práticas de meditação focadas na respiração e nas sensações corporais para aumentar a consciência e reduzir a ansiedade. Escaneamento Corporal:  Técnica para aumentar a percepção do próprio corpo, identificando e liberando tensões. Mindful Touch:  Prática de toques conscientes para aumentar a sensibilidade e a conexão com o parceiro. Exercícios de Comunicação Assertiva:  A comunicação assertiva é crucial para melhorar a intimidade e resolver problemas sexuais. A TCC enfatiza o desenvolvimento de habilidades de comunicação para expressar desejos e necessidades de maneira clara e respeitosa. Técnicas de Comunicação Assertiva: Uso de "Eu" nas Declarações:  Expressar sentimentos e necessidades pessoais em vez de culpar o parceiro, como "Eu sinto que precisamos explorar mais o que nos dá prazer." Escuta Ativa:  Praticar a escuta ativa para entender melhor o parceiro e fortalecer a conexão emocional. Negociação e Compromisso:  Desenvolver habilidades para negociar e comprometer-se, criando um ambiente sexual mais satisfatório para ambos os parceiros. Desenvolvimento de uma Imagem Corporal Positiva:  A percepção da própria imagem corporal pode influenciar significativamente a sexualidade feminina. Mulheres com uma imagem corporal positiva tendem a ter maior confiança e satisfação sexual. Estratégias para Melhorar a Imagem Corporal: Reestruturação Cognitiva:  Desafiar e modificar pensamentos negativos sobre o corpo, promovendo uma visão mais positiva e realista. Exercícios de Apreciação Corporal:  Praticar a gratidão e a apreciação pelo próprio corpo e suas capacidades, como reconhecer a beleza e a funcionalidade do próprio corpo. Atividade Física Regular:  Envolver-se em atividades físicas que promovam a saúde e o bem-estar geral, ajudando a melhorar a autoimagem. 4: Aplicação da TCC na Sexualidade LGBTQIA+ 4.1 Entendendo a Sexualidade LGBTQIA+ A sexualidade e identidade de gênero da população LGBTQIA+ são diversas e complexas. Entender essas nuances é essencial para aplicar a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) de maneira eficaz e sensível às necessidades desta população. Definições e Terminologias: LGBTQIA+:  Acrônimo para Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer, Intersexos, Assexuais e outras identidades de gênero e orientações sexuais. Identidade de Gênero:  Experiência interna e individual de gênero de uma pessoa, que pode ou não corresponder ao sexo atribuído ao nascimento. Orientação Sexual:  Padrão duradouro de atração emocional, romântica e/ou sexual para indivíduos de um gênero específico ou de mais de um gênero. Desafios Específicos Enfrentados pela Comunidade LGBTQIA+: Discriminação e Preconceito:  Experiências de discriminação e estigma podem levar a problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade. Aceitação Social e Familiar:  A falta de apoio e aceitação de familiares e da sociedade pode impactar negativamente a saúde emocional e sexual. Pressões e Expectativas Sociais:  Normas e expectativas heteronormativas podem criar conflitos internos e dificuldades na expressão da sexualidade e identidade de gênero. 4.2 Problemas Comuns e Abordagens da TCC Discriminação e Preconceito: A experiência de discriminação e preconceito pode levar a sentimentos de vergonha, baixa autoestima e isolamento social. Intervenções da TCC para Discriminação e Preconceito: Reestruturação Cognitiva:  Identificação e modificação de crenças negativas internalizadas como "Eu não sou digno de amor" ou "Eu sou diferente e inferior." Técnicas de Enfrentamento:  Desenvolvimento de estratégias para lidar com situações de discriminação e preconceito, como assertividade e redes de apoio. Educação e Psicoeducação:  Informar sobre os direitos e recursos disponíveis para combater a discriminação. Saúde Mental e sua Relação com a Sexualidade:  A saúde mental e a sexualidade estão intimamente relacionadas. Problemas de saúde mental podem afetar a função e a satisfação sexual, e vice-versa. Intervenções da TCC para Saúde Mental: Identificação de Pensamentos Negativos:  Reconhecer e modificar pensamentos automáticos negativos que afetam a saúde mental e a sexualidade. Desenvolvimento de Habilidades de Enfrentamento:  Estratégias para gerenciar o estresse e a ansiedade, como técnicas de relaxamento e mindfulness. Promoção da Autoaceitação:  Trabalhar a aceitação e a valorização da própria identidade sexual e de gênero. A Importância do Apoio Social:  O apoio social é crucial para a saúde mental e bem-estar da população LGBTQIA+. A falta de apoio pode levar a sentimentos de solidão e rejeição. Intervenções da TCC para Construção de Redes de Suporte: Desenvolvimento de Habilidades de Comunicação:  Melhorar a capacidade de comunicar necessidades e estabelecer conexões significativas. Exposição Gradual:  Encorajar a participação em grupos de apoio e eventos comunitários para construir redes de suporte. Fortalecimento da Identidade:  Trabalhar para fortalecer a identidade pessoal e a resiliência em face da discriminação e rejeição. 4.3 Estratégias de Melhoria Além das já citadas práticas de Mindfulness podemos nos utilizar de: Exercícios de Comunicação Assertiva:  A comunicação assertiva é crucial para melhorar a intimidade e resolver problemas sexuais. A TCC enfatiza o desenvolvimento de habilidades de comunicação para expressar desejos e necessidades de maneira clara e respeitosa. Técnicas de Comunicação Assertiva: Uso de "Eu" nas Declarações:  Expressar sentimentos e necessidades pessoais em vez de culpar o parceiro, como "Eu sinto que precisamos explorar mais o que nos dá prazer." Escuta Ativa:  Praticar a escuta ativa para entender melhor o parceiro e fortalecer a conexão emocional. Negociação e Compromisso:  Desenvolver habilidades para negociar e comprometer-se, criando um ambiente sexual mais satisfatório para ambos os parceiros. Desenvolvimento de uma Imagem Corporal Positiva:  A percepção da própria imagem corporal pode influenciar significativamente a sexualidade feminina. Mulheres com uma imagem corporal positiva tendem a ter maior confiança e satisfação sexual. Estratégias para Melhorar a Imagem Corporal: Reestruturação Cognitiva:  Desafiar e modificar pensamentos negativos sobre o corpo, promovendo uma visão mais positiva e realista. Exercícios de Apreciação Corporal:  Praticar a gratidão e a apreciação pelo próprio corpo e suas capacidades, como reconhecer a beleza e a funcionalidade do próprio corpo. Atividade Física Regular:  Envolver-se em atividades físicas que promovam a saúde e o bem-estar geral, ajudando a melhorar a autoimagem. 5: TCC e Relacionamentos 5.1 Comunicação e Intimidade A comunicação é a base de qualquer relacionamento saudável e desempenha um papel crucial na construção e manutenção da intimidade sexual. A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) oferece ferramentas poderosas para aprimorar a comunicação e fortalecer a conexão emocional entre parceiros. Importância da Comunicação Aberta e Honesta: Expressão de Sentimentos e Necessidades:  A comunicação aberta permite que os parceiros expressem seus sentimentos e necessidades, criando um ambiente de compreensão mútua. Redução de Mal-entendidos:  A clareza na comunicação ajuda a reduzir mal-entendidos e conflitos, promovendo uma relação mais harmoniosa. Fortalecimento da Intimidade:  A troca honesta de pensamentos e emoções fortalece a intimidade emocional e sexual, aumentando a satisfação do relacionamento. Técnicas de Comunicação Assertiva e Empática: Uso de "Eu" nas Declarações:  Utilizar frases que começam com "Eu" ao invés de "Você" para expressar sentimentos, evitando acusações e defensividade. Exemplo: "Eu me sinto desconfortável quando..." em vez de "Você sempre..." Escuta Ativa:  Praticar a escuta ativa, que envolve prestar atenção plena ao parceiro, refletir sobre o que foi dito e responder de forma empática. Isso inclui manter contato visual, acenar com a cabeça e fazer perguntas esclarecedoras. Empatia:  Demonstrar empatia ao validar os sentimentos do parceiro, reconhecendo suas emoções e mostrando compreensão. Exemplo: "Eu entendo que você se sente frustrado por..." Tempo para Conversar:  Estabelecer momentos específicos para discussões importantes, garantindo que ambos os parceiros estejam calmos e focados na conversa. 5.2 Resolução de Conflitos Conflitos são inevitáveis em qualquer relacionamento, mas a maneira como são resolvidos pode fortalecer ou enfraquecer a relação. A TCC oferece estratégias eficazes para a resolução de conflitos, promovendo compromisso e compreensão mútua. Estratégias de Resolução de Conflitos Sexuais: Identificação de Problemas:  Identificar claramente o problema sem culpabilizar o parceiro. Focar no comportamento ou na situação, não na pessoa. Discussão Construtiva:  Abordar os conflitos de maneira construtiva, focando em soluções ao invés de críticas. Exemplo: "Como podemos resolver isso juntos?" em vez de "Você sempre faz isso errado." Técnica do Sândwich:  Iniciar a conversa com um elogio ou comentário positivo, abordar o problema e finalizar com uma nota positiva. Exemplo: "Eu aprecio o quanto você se esforça, mas gostaria de falar sobre como podemos melhorar nossa comunicação durante o sexo." Importância do Compromisso e da Compreensão Mútua: Flexibilidade:  Estar disposto a comprometer-se e encontrar soluções que funcionem para ambos os parceiros. A flexibilidade é essencial para resolver conflitos de maneira saudável. Compreensão:  Esforçar-se para entender a perspectiva do parceiro, demonstrando empatia e reconhecimento de suas preocupações. Isso ajuda a criar um ambiente de confiança e respeito. Apoio Mútuo:  Oferecer apoio emocional durante discussões difíceis, reafirmando o compromisso com o relacionamento e a vontade de trabalhar juntos para superar desafios. 5.3 Construindo uma Vida Sexual Saudável Manter a chama acesa em um relacionamento requer esforço contínuo e uma atitude aberta à exploração e experimentação sexual. A TCC pode ajudar os casais a desenvolver práticas saudáveis que promovam a satisfação sexual e a intimidade. Dicas Práticas para Manter a Chama Acesa: Agendar Tempo para Intimidade:  Reservar tempo dedicado para a intimidade física e emocional, garantindo que o sexo continue sendo uma prioridade no relacionamento. Surpresas e Novidades:  Introduzir elementos de surpresa e novidade na vida sexual, como novas posições, cenários ou brinquedos sexuais, para manter o interesse e a excitação. Gestos de Carinho:  Demonstrar afeto e carinho fora do contexto sexual, como beijos, abraços e toques, para manter a conexão emocional. A Importância da Exploração e Experimentação Sexual: Comunicação sobre Preferências:  Discutir abertamente as preferências e fantasias sexuais, criando um ambiente seguro onde ambos os parceiros se sintam confortáveis para compartilhar seus desejos. Experimentação Mútua:  Estar aberto a experimentar novas práticas e explorar juntos, respeitando os limites de cada parceiro. Isso pode incluir tentar novas posições, explorar jogos de papéis ou assistir a filmes eróticos juntos. Educação Sexual:  Continuar aprendendo sobre sexualidade através de leitura, workshops ou terapia sexual, para expandir o conhecimento e a compreensão sobre o prazer e a intimidade. 6: A TCC e a Sociedade 6.1 Impacto da Cultura e da Mídia na Sexualidade A cultura e a mídia desempenham papéis significativos na formação das atitudes e comportamentos sexuais. A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) pode ajudar a identificar e desafiar as influências negativas, promovendo uma visão mais saudável da sexualidade. Representações da Sexualidade na Mídia: Estereótipos de Gênero:  A mídia frequentemente perpetua estereótipos de gênero que podem limitar a expressão sexual e a identidade de gênero. Exemplos incluem a hipersexualização de mulheres e a masculinidade tóxica em homens. Idealização do Corpo:  A representação de corpos "perfeitos" na mídia pode afetar negativamente a imagem corporal e a autoestima, levando a distúrbios alimentares e insatisfação sexual. Normas de Relacionamento:  Filmes, programas de TV e publicidades frequentemente retratam relacionamentos idealizados, criando expectativas irreais sobre o romance e a intimidade sexual. Influência Cultural nas Atitudes Sexuais: Tabus e Normas Culturais:  Cada cultura possui suas próprias normas e tabus em relação à sexualidade, que podem influenciar atitudes e comportamentos sexuais. Isso inclui crenças sobre a castidade, a monogamia, e a diversidade sexual. Educação e Religião:  A educação formal e a religião desempenham papéis importantes na formação das atitudes sexuais, muitas vezes promovendo valores específicos que podem ser inclusivos ou repressivos. Mudança de Atitudes:  A globalização e o acesso à informação têm contribuído para a mudança das atitudes sexuais, promovendo maior aceitação da diversidade sexual e de gênero. 6.2 Educação Sexual A educação sexual abrangente é fundamental para o desenvolvimento saudável dos indivíduos e para o bem-estar da sociedade como um todo. A TCC pode ser usada para desenvolver programas educacionais que promovam atitudes sexuais saudáveis e informadas. Importância da Educação Sexual Abrangente: Informação Correta:  Fornecer informações precisas sobre anatomia, fisiologia, e práticas sexuais seguras ajuda a reduzir a incidência de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e gravidez indesejada. Promoção da Saúde Sexual:  A educação sexual abrangente inclui discussões sobre consentimento, relações saudáveis e respeito mútuo, promovendo a saúde e o bem-estar sexual. Desconstrução de Mitos:  Educar sobre a diversidade sexual e de gênero ajuda a desconstruir mitos e preconceitos, promovendo uma sociedade mais inclusiva e respeitosa. Como a Educação Sexual Pode Beneficiar a Sociedade: Redução de Comportamentos de Risco:  Programas educacionais eficazes reduzem comportamentos sexuais de risco e aumentam o uso de métodos contraceptivos e de proteção. Melhora nas Relações Interpessoais:  A educação sexual que aborda habilidades de comunicação e resolução de conflitos melhora a qualidade das relações interpessoais e reduz a violência sexual. Saúde Mental Positiva:  Informações adequadas sobre sexualidade contribuem para a saúde mental positiva, reduzindo a ansiedade e a depressão relacionadas à sexualidade e identidade de gênero. 6.3 Futuro da Psicologia Sexual com TCC O campo da psicologia sexual está em constante evolução, e a TCC continua a desempenhar um papel crucial na pesquisa e na prática. É essencial continuar a explorar novas tendências e manter a conversa sobre sexualidade aberta e inclusiva. Tendências Emergentes na Pesquisa e Prática: Tecnologia e Terapia Sexual:  O uso de tecnologia, como aplicativos e plataformas online, está revolucionando a maneira como a terapia sexual é conduzida, oferecendo maior acesso e conveniência. Inclusão de Diversidade Sexual e de Gênero:  Pesquisas focadas em populações LGBTQIA+ estão ampliando a compreensão das necessidades específicas e melhores práticas terapêuticas. Interseccionalidade:  A consideração de fatores interseccionais, como raça, classe e capacidade, está se tornando cada vez mais importante para fornecer cuidados de saúde mental sexualmente inclusivos e equitativos. A Importância de Continuar a Conversa sobre Sexualidade: Desestigmatização:  Manter a conversa sobre sexualidade aberta e franca ajuda a desestigmatizar questões sexuais, promovendo um ambiente mais acolhedor e aceito. Educação Contínua:  A educação contínua de profissionais de saúde mental e do público em geral é crucial para manter uma compreensão atualizada e informada sobre questões sexuais. Advocacia e Políticas Públicas:  Trabalhar para a implementação de políticas públicas que promovam a saúde sexual e protejam os direitos sexuais é essencial para o progresso societal. Como bônus criei um pequeno questionário de avaliação da sua saúde sexual, esse questionário não tem fins diagnósticos sendo usado somente como uma avaliação superficial, se você sentir que precisa de ajuda procure sempre um médico ou psicólogo qualificado ;) A autoavaliação é um passo importante para entender e melhorar sua saúde sexual, física e psicológica. Este questionário foi elaborado para ajudá-lo a refletir sobre diferentes aspectos da sua saúde e identificar áreas que podem precisar de atenção. Instruções: Para cada pergunta, marque a resposta que melhor descreve sua experiência ou sentimento. Use a seguinte escala: 1 = Nunca 2 = Raramente 3 = Às vezes 4 = Frequentemente 5 = Sempre Seção 1: Saúde Sexual Você se sente satisfeito com sua vida sexual? 1 2 3 4 5 Você consegue comunicar suas necessidades e desejos sexuais ao seu parceiro? 1 2 3 4 5 Você sente que sua relação sexual é mutuamente satisfatória? 1 2 3 4 5 Você se sente seguro e confortável durante as atividades sexuais? 1 2 3 4 5 Você consegue discutir abertamente sobre sexualidade e problemas sexuais com seu parceiro ou com um profissional de saúde? 1 2 3 4 5 Seção 2: Saúde Física Você se sente energizado e fisicamente bem a maior parte do tempo? 1 2 3 4 5 Você realiza atividades físicas regularmente (pelo menos 3 vezes por semana)? 1 2 3 4 5 Você mantém uma dieta equilibrada e saudável? 1 2 3 4 5 Você tem um peso corporal que considera saudável? 1 2 3 4 5 Você dorme bem (pelo menos 7-8 horas por noite) e acorda descansado? 1 2 3 4 5 Seção 3: Saúde Psicológica Você se sente emocionalmente equilibrado e capaz de lidar com o estresse diário? 1 2 3 4 5 Você tem uma rede de apoio (amigos, família) com quem pode contar? 1 2 3 4 5 Você se sente satisfeito com sua vida e realizações pessoais? 1 2 3 4 5 Você se sente confiante e seguro em suas relações pessoais e profissionais? 1 2 3 4 5 Você se permite tempo para relaxar e desfrutar de atividades que gosta? 1 2 3 4 5 Interpretação dos Resultados: 25-37 pontos em cada seção:  Sua saúde sexual, física e/ou psicológica parece estar bem equilibrada. Continue cuidando de si mesmo e mantendo hábitos saudáveis. 13-24 pontos em cada seção:  Há áreas da sua saúde que podem se beneficiar de atenção e melhorias. Considere explorar essas áreas com mais profundidade e talvez buscar suporte profissional. 5-12 pontos em cada seção:  Você pode estar enfrentando desafios significativos em sua saúde sexual, física e/ou psicológica. É recomendável procurar orientação de um profissional de saúde para abordar essas questões. Este questionário é uma ferramenta inicial de autoavaliação. Para um diagnóstico completo e plano de ação personalizado, considere consultar um profissional de saúde especializado. Escrito por: Psicólogo Luciano Arruda - CRP-SP 06/123824 Contato: luciano@fluidezment al.com.br Assunto que talvez você se interesse sobre sexualidade e gênero: Eu, Mamãe e os Meninos: Um Caso Sobre Identidade de Gênero

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