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Foto do escritorRenata Gonçalves

Pandemia: Valor Comunitário e as Pílulas da Felicidade na era COVID-19

Talvez amadurecemos com o passar dos (d)anos.

Aderir ao isolamento no início era uma forma de respeito as pessoas que estão no grupo de risco e dever enquanto cidadãos morais e éticos. Pensar coletivo naquela situação em que nos deparamos foi essencial.


O período de quarentena desencadeou um estado significativo de estresse. Aos caseiros e introspectivos talvez aquele momento de isolamento não era um desafio tão difícil. De repente, por força maior tivemos que nos adaptar a situação de pandemia: adiamos nossos planos, ficamos confinados, sem rotina, reduzimos as atividades bruscamente. Diante do desconhecido (vírus) surgiram angustias, sentimento de incerteza, de solidão e tédio.


Recebemos orientações para agir dentro das medidas cabíveis de higiene e prevenção. Alguns entraram em desespero, porque não sabíamos o que estava por vir. Que sejamos conscientes, talvez essa crise vem acompanhada de uma oportunidade de revolução.

Frente essa pandemia podemos repensar nossos modelos econômicos. Quantos microempreendedores foram prejudicados na quarentena?

Quantos subempregos ficaram desassegurados durante essa crise?

Retomamos ao lar de maneira forçada, tiramos o pé do acelerador e tentamos nos reinventar: ler livros, assistir filmes e séries que estavam acumulados, carinho nos bichinhos etc.


O senso comunitário era uma das propostas no inicio da pandemia, então, chegamos a um ano de crise e confusão marcado pelo coronavírus (Covid-19). Uma crise na saúde, na economia, sobretudo, uma crise humanitária.


Para grande parte das pessoas o isolamento não está sendo nada cômodo. As consequências psicológicas em função da Covid-19 são diversas. Muitas pessoas que antes não eram ansiosas, agora estão sofrendo com ansiedade. Há pessoas cujos efeitos da quarentena intensificou as fragilidades que já estavam presentes antes. Além disso, o sentimento de confusão, reações agressivas ou irritadas e desorientação estão sendo comuns.


celulas infectadas com a covid 19

A atualidade moderna da medicalização nos coloca em um beco sem saída quando pensamos na existência humana, o corpo biológico não é o único a se manifestar, agora, o corpo psíquico denuncia o inconsciente, trazendo sintomas psicossomáticos (processo de subjetivação que acessa a sua realização na via corporal).


De alguma forma enraizou-se que para toda doença (teoricamente) teria assim um remédio, de modo a silenciar. Durante a pandemia e as ofertas das pílulas da felicidade na era covid se intensificou, então, age-se de forma inconsequente em relação as próprias emoções, visto que a causa de todos os afetos tem que ser sentidos, e nunca “curados”.

Em outras palavras, é quando se acredita em uma alegria plena acabamos nos esbarrando em propagandas do qual o viver as vezes aparenta difícil e para facilitar, cabe então as pílulas.


Viver não é sinônimo de juras de felicidade, mas sim se responsabilizar-se por articular, elaborar e identificar o próprio mal-estar.

Na era Covid-19, há um imenso desejo por um remédio para a prevenção ou a cura da doença do corona e de suas consequências emocionais, no entanto, não existe remédio para O VIVER, sendo assim, é de grande urgência desconstruir que todo problema se caracteriza como enfermidade.


A tranquilidade e o silêncio causado por pílulas podem ser mais perturbadores do que a própria passagem pela tempestade.


Psicóloga Renata Gonçalves – CRP 06/122453

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Psicóloga Responsável

Renata Gonçalves da Silva

CRP-SP 06/122453

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